SEMINÁRIOS DO NEPE
Experiências etnográficas nas Américas
OLHARES SOBRE TRAJETÓRIAS, APRENDIZAGENS E FAZERES
QUANDO /
ONDE /
SOBRE O EVENTO /
É comum que para aquelas pessoas que são de outros campos, que não o das ciências sociais, nos seja argumentado que gastamos tempo em demasia a nos perguntar sobre o significado mais fino das palavras, a nos deter em reflexões sobre as formas de fazer pesquisa. Acreditamos que a maneira que chegamos aos resultados do nossos trabalhos são centrais na construção de uma outra forma de fazer ciência. Cada palavra carrega em si uma história do seu uso – na maioria das vezes disputada em seus sentidos. Precisamos nos perguntar qual a pertinência dos seus empregos hoje. Da mesma maneira, pensamos ser central nos questionar sobre a forma que operamos para chegar em nossos dados. As metodologias que adotamos não são desprovidas de ideologias e relações de poder. Mesmo que tentemos nos livrar do nosso etnocentrismo e da sociedade dominante na qual estamos inseridas, isso ainda estará imbuído na nossa forma de fazer ciência.
Acreditamos que nossa ação deve tentar dirimir as relações de poder historicamente estabelecidas entre a universidade e as comunidades com as quais trabalhamos. É nesse sentido que apostamos em pesquisas colaborativas com as comunidades e as organizações políticas dos movimentos sociais; em estudos que busquem a interdisciplinaridade com os campos da saúde, da geografia, da arte – que nos ajudam a sair das caixas restritas às quais somos empurrados em função da lógica produtivista acadêmica; e, acima de tudo, apostamos no ganho do espaço que os grupos sociais vem conquistando no interior das universidades, e de forma muito particular, nos cursos de pós-graduação. Isso é não só um ganho político, em termos de representatividade, mas proporciona momentos profundos de aprendizado e questionamentos no campo epistemológico. Neste evento insistimos em todos estes debates.
Semestralmente o Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre Etnicidade (NEPE/UFPE) organiza seminários mensais no intuito de debater as pesquisas de seus membros e de integrantes de grupos de pesquisa parceiros. É continuando neste mesmo sentido que organizamos para os próximos meses uma série de debates que terão como fio condutor nossas reflexões acerca do fazer de pesquisa e ação no campo acadêmico. Para esse conjunto de seminários se juntaram à organização, pesquisadoras de grupos que são parceiros no projeto Justiça e Direitos dos Povos Indígenas (Justice and Indigenous Peoples Rights-JUSTIP), vinculadas a Laboratoire d’Anthropologie des Institutions et des Organisations Sociales - LAIOS de École des hautes études en sciences sociales - EHESS (Paris, França) e da Réseau de recherche et de connaissances relatives aux peuples autochtones - DIALOG (Quebec, Canadá). Também são parceiras na construção do seminário pesquisadoras da ABIA - Articulação Brasileira de Indígenas Antropóloges, do LACC/UPE - Laboratório de Estudos sobre Ação Coletiva e Cultura e do PINEB/UFBA - Programa de Pesquisa sobre os Povos Indígenas do Nordeste
Os seminários acontecerão todas às sextas-feiras, entre os dias 09 de outubro e 04 de dezembro. Na ocasião as pesquisadoras são convidadas a falar de suas trajetórias de vida e refletir sobre as aprendizagens e engajamentos resultantes das experiências etnográficas vivenciadas. Assim pensaremos juntas sobre as contribuições intelectuais no plano teórico-metodológico decorrente dos respectivos trabalhos. Contaremos com participantes que tem origens e campos de trabalhos diversos, que falam desde diferentes países da América como Brasil, Colômbia, Canadá e Equador. Nesse movimento agrupamos as pesquisas em grupos temáticos sobre Etnografias de transmissão de saberes e conhecimentos; Etnografias dos corpos, das emoções e do cuidado; Etnografias dos museus e das artes; Etnografias do confronto e da resistência; Etnografias das grandes obras; Etnografias com movimentos de mulheres e jovens; Etnografias dos movimentos indígenas na incidência internacional.
CRONOGRAMA /
09/10 | 13:30
(Horário de Brasília)
MOVIMENTOS INDÍGENAS NA INCIDÊNCIA INTERNACIONAL
IRÈNE BELLIER (EHESS / FRANÇA)
04/12 | 16hrs
NATUREZA, CONTRIBUIÇÕES E IMPACTOS DA ETNOGRAFIA CONTEMPORÂNEA: UMA EXPERIÊNCIA DO QUEBEC
CAROLE LÉVESQUE (DIALOG/ CANADÁ)
COMISSÃO ORGANIZADORA
Lara Erendira Andrade NEPE | Brasil
Salima Cure
NEPE | Colômbia
Nathalie Pavelic
LAIOS | França e Brasil
Elisa Urbano Pankararu
ABIA | Brasil
Ioana Radu
DIALOG | Canadá